sexta-feira, 12 de junho de 2009

Reflexão

Sentei-me num dos bancos altos do ônibus, como fazia todos os dias. Adentrei-me sem olhar para os lados ou cumprimentar uma pessoa se quer, não por arrogância e sim por pura timidez. Pela janela apreciava a paisagem urbana, nem um pouco envolvente; ao meu lado sentou um senhor, de fisionomia tranquilha, bigode branquinho e ar sereno, magro e de aspecto saudável. Analisou-me como nenhum psicólogo faria e finalmente sentiu-se a vontade para dizer: - Quem muito pensa não casa!
Por um minuto parei, olhei para ele com um ar de indagação, porque me escolher para dizer aquilo? E ele foi além do que eu previa quando me disse: - É importante gastar mais tempo com você, não se preocupe com aparência, beleza, riqueza... rico depende de pobre, pobre depende de rico, no fim da vida ficamos enrugados, feios e vamos todos para um mesmo buraco. Pare de se preocupar com a vida, você é jovem demais para se preocupar com o amanhã, quando conseguir esta tranquilidade tirará a sorte na loteria, achando o homem perfeito para você. Pode não acreditar em tudo que digo, mas são poucas as pastilhas que faltam na minha escada para o céu e já vivi o bastante pra entender o sentido da vida...
Confesso que meus olhos se encheram de lágrimas com cada palavra que o Sr. me disse, quando dei por mim ele já havia descido apenas me desejando "um bom serviço".
As pessoas não aparecem na vida da gente por acaso, posso dizer que aquele Sr. foi um anjo disfarçado de velhinho, o que importa mesmo é que ele abriu meus olhos mostrando-me o caminho para o otimismo.
"Não é fácil encontrar a felicidade em nós mesmos e é impossível encontrá-la em outro lugar" Agnes Repplier

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